Historias da gravação do Bagagem (1)

Comecei a trabalhar nesse projeto no ano passado.

Na primeira etapa gravamos as baterias das músicas novas que já tocávamos nos shows. Só uma era autoral.
Essa gravação foi feita no meu estudio. A sessão foi realizada no dia seguinte ao show do BB King aqui no Vivo Rio. Lembro porque ainda estava meio cansado da virada, mas como quem tinha mesmo que tocar bem  era o Gil… Nas semanas seguintes fiquei editando as trilhas da batera no computador. Voces não fazem idéia do trabalho que dá isso.
 Durante um tempo fiquei meio sem ação esperando o resultado de uns contatos de captação de recursos e selos, mas como a coisa não decolou, resolvi tocar o barco pra frente.
Em agosto iniciei o processo de composição das músicas. Meu processo de compor é meio doido, eu meio que “encomendo” uma idéia à cabeça e daqui a pouco ela, aos poucos, vai aparecendo. A idéia da primeira música veio com uma faixa do disco de Joe Bonamassa, Mountain time, uma balada lindíssima que ele toca ao vivo divinamente. Depois da primeira música escrita, Eu sonhei, comecei a vislumbrar um conceito e a historia que eu queria contar nesse disco. Me veio a idéia de contar um pouco das minhas vivências musicais e pessoais. Essas coisas estão sempre interligadas. Daí o nome Bagagem Código Blues.
Fiquei uns dois ou tres meses compondo, fazendo os arranjos no PC e gravando versões demo das músicas.
O PC é uma ferramenta excelente para isso. Voce imagina o arranjo e, após algum trabalho, pode ouvir “a banda” e ir fazendo modificações facilmente. Alguns dos solos que irão para a versão final do cd foram feitos ainda nessa etapa.
Desenvolvi um compartimento isolado para poder gravar bem minha guitarra.
Os amplificadores valvulados, que produzem o melhor som para a guitarra, só “cantam bonito” quando voce sobe o volume. Aí as válvulas saturam e voce consegue aquele som de distorção harmônica que marcou o sucesso desse instrumento. Mas esse volume além de provocar o meu posterior despejo de meu apartamento, também incomoda os ouvidos se voce está no mesmo ambiente que o falante e o microfone.
Aí eu tive a idéia de usar o meu “banheiro/depósito” para ser uma “cabine de gravação de guitarra”. Um upgrade danado no status do banheiro, não?
O que eu fiz foi colocar uma prateleira articulada com dobradiças na parede e isolá-la com painéis de lã de rocha. A porta do banheiro já tinha algum isolamento, com eucatex acústico e compensado, a eles eu acrescentei mais um painel de lã de rocha. Nessa prateleira vão a caixa de som (ligada ao amplificador que eu estiver usando, e o microfone (ligado ao PC). Para quem se interessa: os mic usados foram o Shure Beta SM57, Shure SM57 e o Nady DM70. Os falantes: Jensen C12N, Weber 12A125A e 12F150. E os amps: Fender Hot Rod De luxe, Peavey Classic 30 e Pedrone 5F4 vintage e Pro V.
Coloquei algumas imagens pra voces terem uma idéia do esquema.

 Desenvolvido com pela Agência Cibele
agcibele